terça-feira, 11 de novembro de 2014

Um olhar em que brilha a simpatia - MARIA - 6 de novembro



Nós partimos do retrato evangélico de Maria. Ele é extremamente rico e belo, e todos os feixes convergem para Jesus. No rosto da Mãe brilha o esplendor do rosto do Filho. Não podemos encontrar Maria sem que ela nos dê a mão para nos conduzir a Jesus. Nas avenidas do amor, ela caminha diante de nós.
Mas o Cristo, por sua vez, no-la dá: “Eis a tua mãe!”. Ele no-la dá porque nos ama; ela faz parte do seu testamento. Ele no-la dá com a capacidade de ser mãe e, portanto, com a capacidade de fazer nascer em nós um coração de discípulo. Isso nos permite recorrer à Mãe; com ênfase ele nos convida a fazê-lo. Caso contrário, Jesus nos poderia repreender: “Por acaso eu vos dei a minha Mãe para nada?”. A quem Jesus dá a sua Mãe? A todos aqueles que são verdadeiros discípulos.
Todo cristão, de qualquer denominação, se depara com esta realidade: o Senhor veio por meio de Maria, pelo seu sim, pelo dom de toda a sua pessoa ao Filho. Quanto mais um coração é atraído por Cristo, mais ele deve estar cheio de gratidão para com Maria. Nasce então nele um olhar de grande simpatia para com esta mulher, que é a Mãe de Jesus. Sim, se nós olhamos Maria, livres de qualquer preconceito, veremos que ela é verdadeiramente a “mulher vestida de sol”.
Assim, protestantes e católicos, vamos olhar-nos com simpatia, orgulhosos da Mãe comum. Roger Schutz foi belo exemplo desta simpatia. Ele dizia: “Encontrei a minha verdadeira identidade de cristão, reconciliando em mim a fé das minhas origens reformadas com o mistério da fé católica, sem romper a comunhão com quem quer que seja”.
Aliás, Deus se nos antecipou no amor; ninguém vai amar Maria mais do que o seu Filho. Jesus pode dizer: “Eu amei a minha mãe e quero que todos os meus discípulos a amem”.
O amor de Deus, manifestado em Cristo, é a encruzilhada em que todos os cristãos podem encontrar-se, reconhecer-se e acolher-se como irmãos. Este amor foi confiado a uma mulher das nossas, Maria, e dela nasceu aquele que por nós é o Senhor Jesus.
Do livro Maria dos Evangelhos, de Paulinas Editora.

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